terça-feira, 19 de abril de 2011

Consultor do Oráculo/Profissão x Missão


É muito comum que aqueles que se interessem por desenvolver o conhecimento por um Oráculo acabem por ser solicitados ou mesmo que se auto-motivem a usar as cartas para outros. Basta alguém saber que você está lendo ou estudando o baralho experimentalmente que logo surgem os primeiros interessados em conhecer as suas habilidades. Isso é natural e muito útil, pois pode auxiliar o consultor a treinar a sua intuição, bem como os seus conhecimentos sobre o Baralho Cigano. Com a prática, e alguma auto-observação, o estudante perceberá que as mensagens lidas para outros servem, e muito, para o seu próprio crescimento interior, além de que ele mesmo possui uma peculiaridade no modo de ler, que consegue obter uma informação com mais precisão do que as outras, ou ainda, que sua leitura possui um viés próprio, uma assinatura. A prática mostrará a ele se sua leitura é mais analítica (baseada totalmente no conteúdo teórico de tudo o que você leu ou estudou e na sua habilidade mental para reuni-las na leitura), intuitiva (quando a sua intuição der saltos inexplicáveis e precisos, muito além daquilo que foi lido ou estudado por você), psíquica (quando imagens mentais – vidência – afloram com o auxílio das lâminas do baralho), ou mais sensitiva (quando a inspiração combina conhecimento do baralho com a capacidade de captar mensagens do inconsciente de quem se consulta). Com o tempo essa assinatura aliada a sua habilidade psíquica mais desenvolvida o caracterizará como Consultor e o auxiliara a formar o seu público. Para algumas pessoas esse público crescerá de tal modo que viver desse trabalho, ou tê-lo como complemento de uma renda, será a conseqüência natural desse processo. O que vemos até aqui é o desabrochar de uma missão! Palavra que parece boba, fora de moda neste mundo obcecado por teorias, formatações e credenciais. A missão, contudo,
aliada a sua habilidade psíquica mais desenvolvida o caracterizará como Consultor e o auxiliara a formar o seu público. Para algumas pessoas esse público crescerá de tal modo que viver desse trabalho, ou tê-lo como complemento de uma renda, será a conseqüência natural desse processo. O que vemos até aqui é o desabrochar de uma missão! Palavra que parece boba, fora de moda neste mundo obcecado por teorias, formatações e credenciais. A missão, contudo, não deveria ser encarada desse modo, ela é o encontro da consciência com o propósito intrínseco da alma.Cumprir uma missão independe de a relação com essa atividade ser profissional ou não! Alguém que vive uma missão cresce com o seu caminho, não o tem apenas como um meio de ganhar dinheiro, mas como uma forma de desenvolver sua espiritualidade, compreender a vida e dar a sua contribuição para ela. Viver ou não com exclusividade desse ofício não importa, o que importa é realizá-lo com a máxima dedicação, como um sacerdócio, o que pondera ou não incluir pagamento em dinheiro. Para os que cobram o dinheiro é uma forma de estabelecer uma troca por um tempo que foi dedicado. Não existe de fato um modo correto ou errado de estabelecer essa relação com o tempo e o dinheiro, depende de uma série de fatores pessoais e intransferíveis, e cada um deve refletir sobre o seu próprio caso.

O CONSULTOR….
Muitas pessoas acreditam que para se ler um Oráculo, a pessoa tem de ter obrigatoriamente algum talento especial. Os mais formais se referem a este talento como intuição, ou, os mais esotéricos chamam de sexto sentido, ou mediunidade. Percebo que esta é uma dúvida das pessoas e constantemente sou perguntado sobre isto, tanto na minha experiência pessoal, quanto nas aulas e cursos que ministro.
De forma alguma descarto a possibilidade de que muitas pessoas trabalhem com base em sua intuição. Afinal, esta é, sem sombra de dúvidas, uma possibilidade, pois todo ser humano, em menor ou maior grau, conta com este recurso. Logo, este pode ser um “jeito”, justo e legítimo, de se compreender o Oráculo.
Ainda assim não creio que seja a única forma. Acredito que haja muitos e muitos jeitos de se ler o Baralho. Por exemplo, uma pessoa que em seu dia-a-dia é mais racional pode ler as cartas de forma muito similar a sua postura cotidiana. Ou seja, sua leitura também pode ser mais racional, mais reflexiva, embasada naquilo que ela já leu e conhece sobre o assunto.
Um outro exemplo é o de uma pessoa mais sensível e que, ao ler as cartas, percebe algo em si própria ou naquele jogo. Pode ser frio, calor, algo bom, algo ruim, alguma parte de seu corpo, ou mesmo uma sensação ligada as cartas que aparecem num determinado jogo. Para alguns isso pode parecer com uma manifestação intuitiva, mas existe uma diferença, pois na intuição existe algo que se projeta para fora, algo que eu experimento, mas que não diz exclusivamente de mim, mas sim do meu externo. Neste caso que destaco a pessoa percebe, nela própria algo, ou seja sua experiência diz algo acerca dela mesma e de suas sensações. Isto, por vezes pode ter sentido em alguns atendimentos.
Esses são só alguns poucos exemplos de que existem muitas formas de se encarar .Não existe uma cartilha, que trate como devemos nos orientar diante do baralho,o que existe é o direcionamento. Logo o caminho de cada um deve ser construído passo a passo e em sintonia com o seu desenvolvimento interno. Ou seja, o consultor se faz ao unir as suas experiências, com aquilo que existe de seu. E, sendo assim devemos perceber que somos dotados de múltiplo recursos pessoais, inerentes a nós seres humanos. A conhecida frase de Terêncio nos lembra disso: “Eu sou homem e nada que é do humano me é estranho”. Ou seja, podemos contar com nossa intuição, assim como podemos contar com nossa razão, nossos sentimentos, nossas sensações, ou qualquer outro recurso que se manifeste durante uma leitura do Baralho.
Não devemos ficar apegados a um único caminho, ou a uma fórmula mágica. Até porque o baralho é um complexo instrumento de auto-conhecimento e este vai nos exigir de forma ampla e complexa. O baralho, para ser bem lido, vai precisar de alguém preparado para enxergar suas nuances, seus detalhes mais sutis, aquilo que existe de único e singular quando aquelas determinadas cartas se encontram em suas específicas posições.
Percebo que nenhum de nós deve ficar apoiado somente numa única forma de ler . Devemos nos olhar de forma tão complexa e tão irrestrita quanto as próprias cartas. Devemos reconhecer nossas mais vastas possibilidades e entender que esta, afinal de contas, é a nossa maior riqueza e grandeza.

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